Nos Países Baixos já tive a oportunidade de visitar locais lindíssimos que serviram como fonte de inspiração para a minha escrita. Podem ser os lugares mais simples, como um jardim, um lago, uma floresta ou até uma ponte.
A ponte mencionada neste poema está repleta de gravuras representando as mais diversas aves e, muito embora seja só uma ponte, para mim é muito mais do que isso, não fossem os pássaros uma presença assídua na minha poesia e uma referência na minha vida.
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Diemen (Países Baixos, 2021)
Na aurora adormecida,
A brisa sopra do cimo da ponte,
O silêncio ecoa na água,
Os seres que repousam na ponte,
Desfrutam da serenidade,
Pois não olham para a sua estrada.
Lá em baixo,
As aves marinhas constroem o seu ninho,
A vida ganha forma à beira do rio,
No lado de baixo,
Existe mais céu do que no cimo.
No cimo da ponte,
A vida corre mas não ganha,
Com pressa o ser humano,
Passa,
Olha mas não vê,
Os segredos que debaixo da ponte,
Os pássaros cantam mas o homem não vê,
Passa,
Demasiado cego para ver,
As cores onde ecoa a felicidade
Que passa a correr,
Nas asas de um pássaro,
E no seu canto,
Que é efémero tal como a brisa
na aurora adormecida.
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