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Gaasperpark - Países Baixos
Em mim guardo todas as histórias,
Que ao longo destes anos me deixaste.
Tornei-me pombo correio,
Quando ainda não sabia voar.
Por aqui voam comigo,
Como num suave balançar,
Mesmo de longe,
As histórias,
As memórias,
Não as deixo fugir.
Tu sabes que olho para imensidão do horizonte,
Todos os dias, para te seguir.
É impossível olhar para ti e não sorrir.
Afinal de contas,
És como um emblema,
Quem leu, já te conhece,
Constas em quase todos os meus poemas.
Por razões emigratórias,
Nem sempre te vejo,
Mas encontro-te no meu coração.
Viver no País abaixo do mar,
Torna mais difícil, a tarefa de te encontrar.
Como uma escritora ávida por ti,
Assim sou também leitora,
Espero avidamente pelo jornal que não chega,
Pelo menos, diariamente.
As tuas histórias demoram meses,
Por isso, aguardo pacientemente.
Como te contei no início do poema.
Em mim, guardo todas as histórias que me deixaste,
Quando a saudade aperta,
Vou lendo para relembrar.
E quando me escreveres de volta,
Num sonho distante,
Saberei que é hora de te visitar,
Para ti, estarei sempre por perto.
E por nós,
Manterei sempre o nosso livro aberto.
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