Depois de uma visita ao Museu Marítimo de Amsterdão, por entre as pinturas, houve um quadro que mereceu especial destaque e que serviu de inspiração para o meu próximo poema.
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Museu Marítimo de Amsterdão - 2023
Vejo o profundo azul, A sua chegada aproxima-se, A sua imensidão inunda-me, Mesmo daqui do hemisfério oriental. O dia prevê-se lá no horizonte, Na parte ocidental, As nuvens não escondem, Eu vejo o profundo azul.
Os nossos desencontros marcam o presente, Oceano Atlântico, És omnipresente, Nos meus pensamentos submersos, Falemos de ti e de reencontros nos meus versos.
Mais do que a tua grandeza, Louvo a tua destreza, Em marcar a diferença naqueles que nasceram no teu berço. Conhecendo o verdadeiro sabor do mar. A tua garra e força de um alicerce, A leveza do teu sal que lava a alma. Um pensamento que contigo vira certeza, Como os reencontros. Como a saudade que se move com a fúria das ondas, E o barco onde navegamos por entre marés. A memória viva que não se desfaz Mas que clarifica os tesouros do mar, Como a espuma que lava a orla da praia, E nos clarifica o olhar.
Eu vejo o profundo azul, Na minha alma navega, Por entre luas, E hoje por entre a saudade escorrega, No barco que traçou o nosso caminho, E que nos distribuiu por diferentes mares, Tão dissimilares.
Meu Atlântico, O que eu e tu temos não é efémero, Tenho em mim a certeza, De que iremos sempre nos reencontrar, Algures por entre o teu sal e a areia polida das arribas, No êxtase do pico da tua arte, No cimo da tua melhor onda, Ou na orla da praia, Para mim tanto faz, Desde que seja naquela onde nadamos em conjunto, Nesses teus infindáveis e inconfundíveis tons de azul profundo.
O nosso reencontro está para breve.
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