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Praia do Carvoeiro (Algarve) - Portugal
Dias a fio, A minha mão segurou a caneta, Para encontrar a folha reciclada, E escrever sobre a hora mais aguardada, Mas a verdade é que dentro de todas as letras, As palavras soavam neutras, A tinta aguardou a sua hora, Mas o papel compreendeu a sua demora, No seio de um turbilhão a minha caneta, Suspendeu a respiração, A folha aguardou o momento certo, Em cooperação, Como se de um casamento se tratasse, Para que a tinta traçasse, E a alma espalhasse, A magia tão aguardada, No dia que o vento soprasse, Para o extremo sudoeste, E me levasse. Hoje o vento soprou mais do que as letras, Nesta aurora que passa veloz como o vento que sopra, E que sopra tão feroz, Levando as folhas secas e As Pétalas que carregam As vestes da época florida, A renovação segue com o vento, As gaivotas prateadas prevêem, O tempo, O seu som inconfundível, Traz-me de volta, E eu vejo a direção para a qual o vento sopra, Para aquela extremidade da Europa, Carregando um novo alento, Para o tão aguardado momento. Como tudo o que o vento carrega, Eu deixo-me levar, Deixo a saudade com as folhas secas e as pétalas outrora floridas, E levo a alegria do reencontro Nas sementes que terão a oportunidade de germinar, Vou levar tudo o que o vento carrega, As memórias das ondas do mar, Sim, eu vou levar tudo, E ele levar-me-á, De regresso ao meu lar.
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